domingo, 20 de julho de 2014

aos amigos.

Que ingrata eu seria por deixar passar esse dia sem falar aos meus. Cheguei a comentar com uns “não tenho paciência pra essas coisas”. Talvez o domingo e todo peso da carência que tem, misturado ao meu amor e gratidão, trouxe essa vontade. Nunca fui muito dessas de ter poucos e bons, tenho muitos e maravilhosos. Sem modéstia. E sei disso, principalmente, por poder ter contado com todos no momento que mais precisei.

Os de escola continuam até hoje, misturados com os amigos do bairro, da rua ou do prédio. Não nos vemos mais com tanta frequência, mas quando encontramos é como se esse intervalo não existisse. (Cliché, eu sei, mas verdade). Voltam as piadas, as risadas, as lembranças da professora burra, do outro que foi expulso de sala e das colas.

Os atuais se misturam. Há sete anos uma comunidade no orkut me fez encontrar muitos que hoje são como minha família. É muito difícil responder quando as pessoas perguntam como nos conhecemos. Dizer apenas “pela internet” parece muito raso por tanta coisa vivida. Além deles, vieram os agregados e algumas famílias que sempre me recebem e acolhem tão bem.

Da faculdade são poucos, mas aqueles que sei que estarão comigo por muito tempo. Um torcendo pela realização do outro. É tão prazeroso dizer que aquele conseguiu aquela vaga que queria tanto! Tem os de “herança”, aqueles mineiros queridos que continuam me recebendo tão bem que ocupam um pedaço enorme no meu coração. Os de trabalho, aqueles que a gente convive intensamente por tanto tempo e depois perde o contato, mas que preenchem uma lacuna enorme nas tantas histórias que passaram. E, ainda, aqueles que de tão amigos já foram promovidos a primos, tios e sobrinhos (mais conhecidos como minha família escolhida – já que a minha de verdade vive tão longe).

Para cada um de vocês um obrigada gigaaaaante! Recebi tanto carinho, tanto afeto, tanto abraço, tanto cuidado, tanto amor em dias tão difíceis desse ano, que nunca serei capaz de retribuir ou agradecer o suficiente. Só tenho a certeza de ter muita sorte por ter cada um de vocês ao meu lado.


Feliz dia dozamigo (serve pra amanhã também)! Agora toca o Reginaldo Rossi pra embalar a breguitude! 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

cento e vinte dias.

Em nenhum momento da vida imaginei ficar sem você, mãe. Claro que isso é algo que a gente sempre pensa que vai acontecer num futuro muito distante, que não consegue nem imaginar. Hoje completamos quatro meses sem a presença física uma da outra, mas é incrível como eu sei que você está sempre aqui comigo.

Esses cento e poucos dias parecem uma eternidade. Não há um dia que eu não lembre tudo que passamos naquelas semanas de fevereiro e março. Eu e papai jamais poderíamos prever que sobreviveríamos sem você por mais de um mês. Ele agora lava as roupas dele e faz o prato sozinho! Eu tento deixar a casa como você sempre gostou, mas meu quarto tá uma zona por não ter lugar pra guardar todas as minhas coisas. Eu vou dar um jeito nisso, prometo.

Sabe aquela tosse que eu tenho vez em quando? Então atacou um pouco e só escuto o papai falando lá da sala “ta tossindo muito, hein, filha”. Você responderia daquele jeito “deixa a menina tossir!”. Não estamos deixando louça na pia para o dia seguinte, nem garrafas de água vazias. A dona Cida esta fazendo faxina a cada quinze dias e vamos mantendo tudo nos “conformes”, como você gostava de dizer.

Nossa rotina não teve muita mudança nas coisas práticas. A diferença agora é que papai não tem compromisso e sou eu que saio todos os dias para trabalhar. Inclusive, mudei de trabalho e queria muito que você estivesse aqui pra ver o quanto eu tô feliz por estar em uma área que eu sempre quis! Aliás, eu sei que cê ta vendo, né. Todos os dias o papai me busca no ponto de ônibus e voltamos juntos para casa. Uma vez por semana passamos no mercado e no caminho pra casa ele sempre comenta “todos os dias a mamãe fazia esse caminho cheia de compras”. Pois é.

São quatro meses que parecem cinquenta, me pego sorrindo ao lembrar do seu sorriso em cada coisa fazíamos juntas. Acho que estamos fazendo tudo do jeitinho que você queria, com muita saudade, mas sem lágrimas, como você sempre pediu.