Ontem
foi um dos dias mais difíceis desses 40 dias. Chorei demais, senti demais,
sofri demais. Minhas lágrimas caíam sem que eu pudesse controlar. Me falaram
que seria por conta da páscoa, que nas datas comemorativas temos essa tendência
de “lembrar” mais.
Fiquei
lembrando das últimas “semanas-santas” que passamos juntas. De uns bons anos
pra cá, passei a usar o feriado prolongado pra viajar. Ano passado fiquei em
casa. Precisava terminar de escrever minha monografia e também era um momento
de ficar mais próxima do pai e da mãe. Meu tio Paulo veio aqui no domingo e
trouxe um ovo de Páscoa pra mim. Chorei que nem criança. Lembro da mamãe
comentar o tanto que eu era chorona e eu falei pra ela que aquilo me lembrava a
infância, dos tantos ovos de Páscoa que meu tio me deu antes de tanta mudança
que ele passou pela vida.
Foi
um dia feliz pela visita do meu tio, que já não vinha mais aqui com tanta frequência,
e também era aniversário do Rogger, um vizinho nosso muito querido. Tinha churrasco
em comemoração ao aniversário e eu me dividia entre ficar um pouco na festa e
um pouco no TCC.
Sempre
achei que mamãe acertou em cheio no tanto de “mimo” que me deu. Nem mais nem menos. Embora sempre achem os filhos únicos muito mimados. Mesmo sendo
única e depois de tanto sacrifício (qualquer dia eu conto pra quem não sabe),
eu sempre tive liberdade em fazer as coisas que eu queria. Mamãe era católica,
mas nunca ligou que eu não estivesse em casa pra passar a semana santa. Ela
costumava dizer “eu te segurei o quanto pude, agora a vida é sua”. Claro que
ela sempre comentava o que tinha vontade, como reclamar que eu gastava muito
dinheiro viajando, mas entendia que era o que eu gostava de fazer. Algo que ela
também sempre dizia era “em você eu confio, minha filha. Não confio nos outros”,
quando eu respondia qualquer comentário dela sobre meus passeios com “ta tudo
certo, mãe. Confia em mim”.
E
ela sempre confiou. Fomos muito amigas sempre. E somos. Dividia segredos com
ela que o comentário era “seu pai vai morrer se ficar sabendo disso!”. E ela
mesma dava um jeitinho de contar as coisas pro papai. Tomei muuuuuito esporro,
mas poucas horas depois ela ligava e pedia desculpas. “Mamãe ta nervosa, cê
sabe...”, dizia ela quase como o gatinho do Shrek. Sempre dramática. Com quem
será que aprendi, né?
No
nosso último Natal, pouco antes de viajarmos, ela veio me mostrar o que tinha
comprado de presente pra levar pra família. Depois de mostrar tudo, veio
correndo até a sala agarrada com um ursinho de pelúcia e disse “esse aqui é seu”.
Eu ri e respondi que não precisava. E ela retrucou “É o meu coração que vai ta
sempre com você”.
Bru, há tempos que eu quero escrever pra você e não consigo achar palavras para me expressar. Tenho acompanhado seu blog e a cada publicação a admiração que tenho cresce cada vez mais. Você é muito iluminada e acredito que agora é ainda mais. Sua mãe deve estar TÃO orgulhosa! Não apenas ela, mas também todos seus familiares e amigos. Você tem demonstrado uma força tão grande que tem me ajudado nesse momento em que minha vó está internada. Eu sempre penso em você, na força e fé que não deixou de ter em nenhum momento e isso me inspira. Que você tenha uma vida abençoada, iluminada e cheia de coisas lindas porque você merece de verdade <3 Um beijo, Malu.
ResponderExcluirMalus, querida, que bom que te ajuda de alguma forma. Fico realmente feliz em saber disso. Que você consiga manter a força e a fé. Tenho certeza que vai :)
ExcluirUm beijo <3
Qual a necessidade de fazer uma mãe chorar a uma hora dessas?? Rsrs
ResponderExcluirQue lindo isso, Bru! Parabéns pelo talento, pela força e coragem!
Que nunca falte em seu rosto esse sorriso iluminado, digno de fazer todos à sua volta felizes!
Sorte a minha por tê-la conhecido e sorte a do João que terá uma tia como você! Bjinho! <3